Bohemian Rhapsody retrata trajetória de Queen com bela homenagem a Freddie Mercury

By Isabella Jarrusso - quarta-feira, fevereiro 20, 2019


A cinebiografia celebra com ótimas atuações a história da banda abordando, principalmente, a vida de um dos maiores frontman de todos tempos, Freddie Mercury

Por Isabella Jarrusso
Contém spoilers

O filme sobre a trajetória de Queen mesclada com a história de Freddie Mercury é carregada de homenagens e um resumo dos momentos mais emblemáticos da banda. O longa mostra como Queen conquistou vários tipos de público, provando que criar músicas com diferentes arranjos e fugir de letras com fórmulas prontas também podem ser um sucesso, como foi o caso da música Bohemian Rhapsody,  o título perfeito para a cinebiografia.

Como grande fã de Queen, reconheço os furos no roteiro assinado por Anthony McCarten, que já fez outras cinebiografias de sucesso como A Teoria de Tudo (2014) e O Destino de uma Nação (2017). Algumas passagens da linha do tempo foram trocadas, criando uma nova narrativa dos fatos. Mas também compreendo que para um roteiro cinematográfico de uma biografia tão extensa, é preciso se basear em acontecimentos mais importantes.

Os membros de Queen, Brian May e Roger Taylor participaram de toda a produção do filme e resolveram fazer uma narrativa mais branda sobre a história de Queen e principalmente, sobre Freddie Mercury, onde foi abordado seus problemas familiares, o uso de drogas e sua sexualidade. A escolha do estilo não empobreceu o filme, nada foi descartado, mas também não foi muito aprofundado.

As atuações dos membros da banda são louváveis, é preciso destacar claro, Rami Malek, que deu vida para a figura emblemática de Freddie Mercury. Malek entregou uma atuação perfeccionista, ele conseguiu incorporar todas as características do artista. A única coisa que o ator decidiu não fazer foi cantar e sim dublar as músicas, e realmente, a voz de Freddie é muito difícil de copiar.


Nas questões técnicas, a montagem do filme se destaca. As cenas dos shows são montadas de uma forma dinâmica, que é acompanhada pela a icônica trilha sonora de Queen, a sincronia de imagem e som são um dos pontos altos do filme.

O longa faz um equilíbrio com momentos de humor dos personagens, quando estão juntos gravando discos, como a história da música I'm In Love With My Car e os diálogos ácidos de Freddie. E também dão o tom dramático com cenas das brigas da banda, o egocentrismo do cantor, seus relacionamentos e quando descobre que está com HIV.

O destaque do filme vai para os 20 minutos finais com a apresentação de Queen no Live Aid. A recriação da performance emociona, quem conseguiu assistir no cinema sentiu como se estivesse naquele dia em 1985 no lotado Wembley Stadium. O filme cita o Live Aid como a consagração mundial de Queen, pois estima-se que o festival teve 1,5 bilhão de espectadores, em mais de 100 países, que assistiram a apresentação ao vivo.


Bohemian Rhapsody retrata o legado de uma das maiores bandas do mundo, criando uma atmosfera única com imagens vanguardistas dos anos 70/80 e a trilha sonora icônica com os sucessos da banda. Um filme que atinge todos os públicos, como Queen sempre conseguiu atingir. Mostra com sensibilidade as questões de Freddie e como ele realmente foi uma lenda, homenageando de forma respeitosa e com toda sua grandiosidade criativa.

O filme concorre a 5 categorias do Oscar 2019, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator.

Nota:


Ótimo!

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