Hogwarts sempre estará lá para recebê-los em casa

By Isabella Jarrusso - terça-feira, junho 27, 2017


Por Isabella Jarrusso

Os 20 anos do menino que sobreviveu

Ele vai ser famoso, uma lenda. Todas as crianças em nosso mundo conhecerão seu nome!”, disse Professora McGonagall nas primeiras páginas do primeiro livro “Harry Potter e a Pedra Filosofal” (1997), e essas palavras depois de 20 anos do lançamento se concretizaram, o mundo nunca mais foi o mesmo. Todas as pessoas que conheceram a história de Harry Potter tiveram suas vidas transformadas.

A autora Joanne Kathleen Rowling era mãe solteira, com depressão e dependia da assistência social para viver economicamente. O seu primeiro livro “Harry Potter e a Pedra Filosofal” foi recusado por 12 editoras, taxado como uma história antiquada. Mas depois de um começo difícil, no momento que o livro foi lido pelo público, JK Rowling ganhou o mundo, virando um enorme exemplo de luta contra os preconceitos e os desafios de ser mulher e escritora.


Harry Potter se transformou em algo grandioso, uma obra literária e cinematográfica que ganha o mundo cada dia mais. Os fãs antigos continuarão amando a saga, e novos sempre vão aparecer e se encantar com a história do menino que sobreviveu. É interessante de analisar que a maioria dos fãs descobriram na infância, e nessa época suas ideias ainda estavam se moldando, e é perceptível como a maioria são pessoas com um senso social e politico é muito mais empático e menos intolerante. Sempre foi clara a interpretação da historia, que tinha como mantra o amor, como Sirius Black disse: “Todos temos luz e trevas dentro de nós. O que nos define é o lado com o qual escolhemos agir”.

Hogwarts é o meu refúgio

Na minha casa tínhamos o costume de alugar filmes no final de semana, eu com os meus cinco anos não ligava muito para o que passava na televisão, nesses momentos, sempre estava brincando de cabaninha feito por colchonetes dobráveis. Numa dessas vezes, meu pai alugou algo recém-lançado, e mal sabia ele que algo mudaria naquela noite.

O filme começou um pouco nebuloso, eu não prestava muito atenção, só ficava espiando da minha cabaninha o que acontecia naquele filme estranho... Até que algo começou a me prender, aquele menino de roupas largas, tímido e de óculos engraçados, era um bruxo! Aquilo me encantou, eu me lembro de desmontar a cabaninha e deitar no colchonete para assistir o bruxinho órfão descobrindo um novo mundo e conhecendo Hogwarts. Depois daquela noite, a minha vida, eu queria ser uma bruxa, estudar em Hogwarts e viver aquelas aventuras incríveis.

Eu cresci acompanhando tudo que era de Harry Potter. Eu vivia em convenções, colecionava revistas, álbum de figurinhas e objetos da saga. A minha diversão era ler os livros e assistir aos filmes, sempre contando os dias para o lançamento de mais um pouco da história. Foram anos com os mesmos costumes e ansiedade para algo novo sobre Harry e os demais personagens. Quando chegou a vez do último filme, tudo era mais difícil, o adeus cada vez mais próximo, mesmo que o livro já tinha lançado anos antes, ainda existiam os filmes para acalmar o coração daquele fã que tinha medo de ficar órfão das histórias de Hogwarts.


Lembro-me de faltar à escola para assistir a première londrina de Harry Potter e as Relíquias da Morte: parte 2, eu assisti cada discurso dos atores, e claro, da criadora de tudo isso, Jo Rowling. Eu nunca vou me esquecer de como suas palavras me confortaram (como de costume) ao dizer “As histórias que amamos vivem em nós para sempre. Então quando você voltar pelas páginas ou pelos filmes, Hogwarts sempre estará lá para recebê-lo em casa”. É engraçado como nunca me esqueci dessa frase, e foi o que me confortou quando assisti a conclusão da história de todos os personagens que amava, e que por muitos anos também foram os meus amigos.

Conheci pessoas fascinantes, que hoje ainda são minhas amigas e outras que me marcaram, por exemplo, quando estive em Orlando para visitar ao parque (chorei horrores) e também para o evento “A Celebration of Harry Potter”, que reunia alguns atores, lembro-me de conhecer uma senhora americana de 60 anos, toda tatuada como imagens de Harry Potter, ela estava lá na fila embaixo de sol, junto comigo e milhares de outros fãs que esperavam para o evento começar, ela chamou a atenção de todos, e acabou contando como sua vida mudou depois de Harry Potter, que não existia idade para se transformar.


“Naturalmente está acontecendo dentro da sua cabeça, mas por que é que isto deveria significar que não é verdadeiro?"

O que nós fãs sentimos por Harry Potter não é uma paixão passageira. Mesmo sendo uma historia fictícia, ajudou tantas pessoas nos momentos mais difíceis, muito se identificando com os diversos personagens e criando uma personalidade e rumos para a própria vida. Então Harry Potter é real, para nós toda aquela atmosfera é real, exatamente por conseguirmos nos encontrar e ter um pouco de magia em nossas vidas.

São 20 anos de Harry Potter, que me ensinou sobre amor, amizade, perda e coragem. Que além de influenciar no meu interesse cultural e política, me fez sentir que nunca estaria sozinha, pois conta a história daquele menino que sofreu, mas que mostrou que mesmo num mundo com tantas realidades duras, existem coisas que valem a pena lutar. 

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