A realidade dura e silenciosa é a essência de Manchester By The Sea
By Isabella Jarrusso - quinta-feira, fevereiro 02, 2017
Por Isabella Jarrusso
Contém Spoilers
O nova-iorquino Kenneth Lonergan volta a
dirigir e roteirizar um filme que nada tem a ver com seu trabalho mais notável (como
roteirista), o escandaloso e violento Gangues de Nova York (Martin Scorsese, 2002),
dessa vez Lonergan é silencioso, mas violento com historia de Manchester By The
Sea (2016).
O filme conta a historia de um zelador Lee
Chandler (Casey Affleck), um homem reservado, que não tem uma rotina muito
agitada. Até que recebe a notícia de que precisa retornar para sua cidade natal,
por conta de seu sobrinho adolescente Patrick (Lucas Hedges) que após o seu pai
Joe (Kyle Chandler) e irmão de Lee, falecer precocemente.
Casey Affleck atua quase o filme todo em
silêncio, demostrando um olhar e expressões depressivas e de incômodo em situações
sociais, a não ser quando fica nervoso, o personagem surta nessas cenas.
Uma atuação admirável, Affleck se entregou totalmente nas dores de Lee
Chandler.
O drama do filme vai se desenrolando com
flashbacks, só assim vamos entendendo a razão de Lee se relutar tanto em ficar
na fria e litorânea, Manschester. Ele leva nas costas a triste realidade da
perda de seus filhos. O personagem se sente na obrigação de carregar a culpa para
o resto da vida, sem se permitir sorrir ou se relacionar. Ele virou só alguém que
vive por viver.

Quando descobre que é o tutor de seu
sobrinho, as coisas ficam complicadas. Por um lado, ele não quer cuidar de alguém,
que ele tem medo de machucar e também não suportaria ficar naquela cidade, já o seu sobrinho que é um
jovem descolado, cheio de amigos, namoradas e planos não quer deixar sua cidade
para viver com o seu tio em Quincy, Massachusetts.
Lonergan passa bem a ideia que é um filme
frio, não só na paisagem, mas com os diálogos e cenas de atuações tão emocionais, como as poucas e ótimas cenas da atriz Michelle Williams que faz a ex-mulher de Lee
Chandler. Ela demonstra tudo que Lee sofre em silêncio dentro de si.
Nota:
Muito bom!
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