“5 to 7” expressa um amor com mais de uma cultura
By Isabella Jarrusso - quarta-feira, setembro 14, 2016
Contém
Spoilers
Sabe aquela história de olhar
para um completo desconhecido na rua, no metrô ou numa livraria e se sentir
encantado por aquela pessoa? Bem, o famoso amor á primeira vista é o que
acontece em 5 to 7 (2015), um
romance singular dirigido por Victor Levin.
O protagonista é Brian (Anton
Yelchin) um jovem escritor na casa de 24 anos, passando por um bloqueio de
escrita. Arielle (Bérénice Marlohe) é uma ex-modelo francesa de 33 anos, casada
com um diplomata francês Valery (Lambert Wilson), e mãe de duas crianças.
Brian andando por Nova York nota
a linda Arielle, fumant une cigarette
em frente ao St. Regis Hotel. Ele decide de um jeito sutil em conhecê-la ao
pedir um cigarro para ela e falar uma frase em francês, antes mesmo de
descobrir que estava ao lado de um legitima francesa. O flerte deu tão certo,
que ela o chama para um encontro. Quando tudo parecia normal, ela resolve
contar no meio do encontro que é casada, com um tom de naturalidade na voz, o que
chocou Brian em dose dupla.

Arielle explica a situação de
seu casamento, que tem um acordo bem peculiar com o seu marido. Os dois podem se
relacionar com outras pessoas, como já acontece com seu marido, que tem uma
namorada há mais de um ano. Mas é preciso respeitar algumas regras para ter um
relacionamento fora do casamento, como apenas se encontrarem das 5h às 7h da
noite, assim entende-se o porquê do nome do filme. Mesmo que no Brasil o filme
ficou conhecido como “Encontro Marcado”, que particularmente não gosto, pois pode
ser confundido a primeira vista, com o um remake do clássico filme de 1998, protagonizado
por Anthony Hopkins e Brad Pitt, que leva o mesmo nome.
No primeiro momento, Brian
não consegue se enxergar em um relacionamento tão libertário, um tipo de choque
cultural, já que Arielle explica que na França esse tipo de relacionamento é
bem mais aceito do que nos EUA. Ele resolve que não ia se envolver em algo tão
complicado, mas isso durou pouco. Depois de alguns dias, ele não conseguia
esquecer a beleza e o jeito de Arielle e resolveu encontra-la nas ruas de NY,
mais especificamente a encontraria fumando em frente ao hotel, que ela fica
durante as duas horas que tem “livre” de seu casamento. A partir desse momento,
os dois começam a namorar e se encontrar todos os dias das 5 às 7 horas.
Quando pensa nesse romance,
imagina situações de julgamentos de pessoas. Dois casos no filme são
interessantes sobre isso. O primeiro é quando Brian apresenta Arielle para seus
pais, sem esconder que sua namorada é casada, o seu pai Sam (Frank Langella)
não acha possível esse relacionamento e que seu filho irá sofrer. Já sua mãe Arlene
(Glenn Close), primeiramente estranha o relacionamento, mas depois de conversar
com a moça, ela se encanta e entende o seu filho estar com ela. São dois
personagens que trazem um toque de humor fino e divertido para o filme.
O segundo caso é a relação
dos filhos de Arielle e Valery, com os namorados de seus pais. Quando as
crianças aparecem, já de cara percebe que também levam a questão com
naturalidade, eles sabem o tipo de relação dos seus pais, nada é escondido. Crianças
normalmente não têm preconceitos, elas são moldadas por ações e coisas que lhe
são ditas, o que os pais fazem é mostrar que existem outras formas de relação, isso
faz com que a educação desde a infância seja maior.
O filme levanta a questão de
mostrar um romance incomum se transformar em algo comum. Mostram os dois lados,
o casal que prefere fazer um acordo que não vire uma traição e que funcione
para os dois. Mostram como esse tipo de relacionamento é um tabu para alguns e
para outros não.

O drama começa quando Brian
está apaixonado por ela, chega um momento que duas horas para ficarem juntos
não é o suficiente. Ele quer se casar com ela, ter uma relação por inteiro.
Pode parecer mais um clichê, mas ela se sente da mesma forma. Os dois estão
apaixonados, mas muitas questões para ela seriam difíceis de abandonar.
O que Arielle sente é um
dilema entre viver um amor com Brian, que nunca tinha sentido antes ou
continuar seu casamento com um homem, que sempre a respeitou e lhe deu dois
filhos que tem medo de abandonar. Ela fica confusa em precisar escolher entre
diferentes tipos de amor.
Brian e Arielle viram apenas
um historia de romance, pois não teve um final feliz, mas marcou a vida dos
dois até o fim da vida. O lado escritor de Brian, teve sua inspiração de volta
com a perda de um amor ao escrever o seu livro “A Sereia”, que pode-se analisar
como o canto da sereia é apaixonante e te deixa cego de amor, mas precisa-se
decidir em deixar a sereia voltar ao mar ou se arriscar em ama-la e se afogar.
Desta forma, observa-se como essa
trama revela de forma instigante sobre vida amorosa que foi de muitos autores.
Como o próprio filme ressalta, esses escritores conseguem criar e ter o
reconhecimento de seu trabalho, através da perda de um amor. O final não é triste,
existe o final feliz para cada personagem, mas não do jeito que se espera. É um
filme que passa uma forma realista e bonita do amor.
3 comentários
Um dos meus filmes favoritos, uma história linda com riqueza de detalhes, mensagens apaixonantes e a certeza que mesmo que um casal não fique literalmente juntos, se existir amor, esse amor pode se tornar infinitamente perfeito para os dois. Amo o filme!
ResponderExcluirQue analise perfeita Ivana. Sem mais.
ExcluirQueria muito assistir mas não acho em lugar nenhum
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