A visibilidade da cena indie brasileira

By Isabella Jarrusso - segunda-feira, novembro 30, 2015

Banda Mustaches e os Apaches

          A música brasileira tem um enorme histórico musical de artistas consagrados, que produziram marcos para a construção de nossa sonoridade, como a bossa nova, samba e o movimento tropicalista. Mas a grande parte da música brasileira contemporânea tomou um novo rumo, com novos artistas totalmente talentosos do cenário independente.

          Esse novo paradigma do indie surge com o aparecimento infindável de novos talentos em todo canto do Brasil. São novos tempos, onde aquela construção de sonoridade brasileira, novamente está mudando. Os cantores e bandas contemporâneas ainda carregam as influências de grandes nomes da música, mas também saem da sombra e criam novos estilos.

          A visibilidade para esses artistas vem crescendo por causa da internet e seu poder de conceder espaço para todos os estilos de pessoas de todos os lugares. Para os músicos independentes, pode ser uma grande oportunidade para a divulgação das músicas. Alguns artistas acabam disponibilizando o download gratuito de EP, álbum e músicas na rede. Sendo este um dos meios para mostrar o seu trabalho e chamar a atenção do público e gravadoras.

          A nova forma de ouvir músicas são os serviços em streaming, que disponibilizam as músicas de diversos artistas e podem contribuir para a maior visibilidade “Os streaming, não são financeiramente vantajosos para os artistas, mas é a realidade. Então tem-se que extrair o melhor deles, que é a facilidade de o público encontrar sua música.” disse Wonder Bettin, guitarrista da banda Esperanza.

Banda Esperanza
         Para as bandas Mustache & Os Apaches e Garotas Suecas, sentem que a nova plataforma deixou a música mais superficial “A única coisa que eu acho uma pena nesse novo método de escutar música é que as pessoas ás vezes ouvem pedaços de discos, não se tem mais uma ligação profunda com a discografia de um compositor” declara o contrabaixista Tomás Oliveira do Mustache. “O Garotas Suecas preferem ainda a obra física a digital” afirmou o músico Fernando Perdido “O vinil principalmente. Escutar um disco que você gosta, olhando o encarte, imaginando o que aquelas pessoas estavam pensando e vivendo naquele momento” completou.

Banda Garotas Suecas
         Os famosos festivais de músicas no Brasil como Lollapalooza, Festival Cultura Inglesa, Rock In Rio fazem line-ups balanceados, artistas mais consagrados como últimas atrações e, durante toda a tarde dão espaço para bandas mais desconhecidas, mesclando as conhecidas. “Tivemos a oportunidade de tocar logo antes dos Titãs, e foi maravilhoso, o público deles já estava lá esperando, e muito pouca gente conhecia o nosso som, mas estavam todos num clima ótimo” relembra o baterista do Lumineiro, de Mustache & Os Apaches. Como esses festivais trazem um grande público é a chance de bandas independentes conseguirem visibilidades na mídia para chamar mais público.


         Todas as bandas indie entrevistadas não são de gravadoras, o mesmo pensamento entre as banda é a questão de ter liberdade no controle criativo “Hoje é mais vantajoso ser independente.Gravadoras, via de regra, são empresas engessadas que podem te atrapalhar burocraticamente. Não há mais espaço para lentidão.” Explica Wonder. Esse cenário trouxe uma visão de músicos que lançam seus trabalhados de forma totalmente independente, mostrando que é possível ter um reconhecimento e conquistando o seu espaço sem precisar, necessariamente, de uma gravadora para a construção da carreira. 

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