O expressionismo em movimento

By Isabella Jarrusso - segunda-feira, junho 15, 2015



Quando observo alguma obra expressionista de Vicent Van Gogh, fico imaginando tudo que aquela pintura quer dizer, principalmente o famoso quadro “Noite Estrelada”. Me pego imaginando toda uma história, por trás daquelas desajeitadas e misteriosas pinceladas, representando o olhar do artista sobre o mundo. Mas quando o expressionismo se torna um movimento, tudo fica mais interessante.

O cinema expressionista alemão foi o momento em que vimos à realidade em forma fantasiosa. Os filmes expressionistas são obscuros, com grande uso de penumbra, ou seja, as sombras. Não é um mundo fantasioso, como nos filmes de George Méliès, mas de um mundo, certamente horrorizante e exagerado. Digo exagerado, pela as marcantes cenas de expressões corporais, as maquiagens fortes e os cenários deformados, que parecem ter saído das pinturas expressionistas.

Os filmes além de mostrar a realidade, também mostram o sobrenatural. Como Nosferatu (1922), sobre um vampiro que se apaixona por uma humana, Ellen e traz o terror à cidade dela, Wisborg. Seria a historia de Drácula, mas com outro nome, (problemas com direitos autorais, claro). Além de o filme ser um marco para o cinema expressionista, foi esse que ajudou a moldar o gênero terror, principalmente pelo visual e caráter perturbador do vampiro.


Outro exemplo, o grandioso e creio que mais importante desse movimento artístico, O Gabinete do Dr. Caligari (1920), mais um que moldou o gênero suspense e terror, principalmente pelo o uso de penumbra, deixando tudo mais assustador. O filme que compõe cenários com ruas estreitas, objetos e prédios deformados, serve de grande influência estética cinematográfica. A história que contém o gótico sonâmbulo Cesare, um dos celebres personagens do filme, por representar bem as principais características ditas, sobre o expressionismo alemão. 


Além do terror, esse movimento artístico também apresentou a ficção cientifica, com Metrópolis (1927). Esse gênero já iniciado por Méliès, em A Viagem a Lua (1902), considerado o primeiro filme de ficção cientifica. O que difere da obra de Méliès, é que Metrópolis mostra uma temática à frente do seu tempo, pois o enredo é ambientado em uma grande cidade no século XXI, que contém a criação de um androide e a difícil vide de operários, que são escravizados pelas máquinas. Um filme que mostra uma preocupação crítica com a mecanização da vida industrial, questionando a importância e valorização perdido do sentimento humano pelo o outro. Um tema bastante atual e que de certo modo vivemos.


Com esses exemplos de filmes, conclui-se a importância cinematográfica do movimento expressionista alemão. São filmes marcantes, que ainda fazem os amantes de cinema delirar por essa época, em que propuseram a mostrar, essa “realidade-fantasiosa” para o mundo e criaram influencias para o cinema das décadas seguintes. 

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