Ney, o brilho de um índio da música.
By Isabella Jarrusso - segunda-feira, setembro 01, 2014
Ao assistir “Olho Nu”, senti a surpresa
de presenciar um documentário nada tradicional. Acho que não deveria ser
diferente em se tratar da historia dos principais ícones da musica brasileira,
Ney Matogrosso. Sempre se espera entrevistas com amigos, especialista
de musicas e inúmeras historias sobre a carreira do artista.
Mas neste caso não existe isso, apenas Ney em momentos de lembranças de sua infância, suas experiências, seus pensamentos e aprendizados. O filme inteiro mostra um acervo que o próprio Ney tem sobre ele, onde contém materiais em vídeos e fotografias pessoais, de bastidores, entrevistas e apresentações.
É um filme que não é sobre Ney Matogrosso e sim de Ney Matogrosso, ele é seu próprio narrador e isso é raro e excepcional em minha visão.
O filme é bem mais sonoro do que visual. Essa sonoridade é dividida entre as musicas do cantor com sons da natureza. Percebe-se esse amor dele pelo natural, ao presenciar muitas cenas onde Ney mais jovem e mais velho, se sentindo confortável e vivo no meio da floresta, deitado nu ao pé de uma árvore, ou em um rio ou em uma pedra. “Desde a primeira pena que coloquei sobre a minha cabeça, a minha visão, era a visão de um índio”. Essa foi uma das narrações de Ney durante o filme e isso já deu a ideia de todo o sentimento em sua arte no palco.
Mas neste caso não existe isso, apenas Ney em momentos de lembranças de sua infância, suas experiências, seus pensamentos e aprendizados. O filme inteiro mostra um acervo que o próprio Ney tem sobre ele, onde contém materiais em vídeos e fotografias pessoais, de bastidores, entrevistas e apresentações.
É um filme que não é sobre Ney Matogrosso e sim de Ney Matogrosso, ele é seu próprio narrador e isso é raro e excepcional em minha visão.
O filme é bem mais sonoro do que visual. Essa sonoridade é dividida entre as musicas do cantor com sons da natureza. Percebe-se esse amor dele pelo natural, ao presenciar muitas cenas onde Ney mais jovem e mais velho, se sentindo confortável e vivo no meio da floresta, deitado nu ao pé de uma árvore, ou em um rio ou em uma pedra. “Desde a primeira pena que coloquei sobre a minha cabeça, a minha visão, era a visão de um índio”. Essa foi uma das narrações de Ney durante o filme e isso já deu a ideia de todo o sentimento em sua arte no palco.
Sobre as suas performances, ele
mostra seu lado libertador e sexual. Suas roupas, danças, o rebolado, a sua
voz... E que época para isso! Com a censura isso era desafiador e como Ney sempre guarda uma cópia de suas entrevistas, tem uma que aparece sobre a censura e mostra um Ney que nunca se deixou ser censurado, “Não entendo essa censura, realmente que medo é esse? Eles são forte, não são fortes? Pra que ter medo então? Medo de música?”. Ney conta que na época, existiam normas na televisão sem cabimento, “Eles
me disseram ‘É proibido olhar pra câmera’ Mas eu vou olhar e me comunicar com a
pessoa que está na casa dela”.
Durante o filme aparecem
artistas tão geniais quanto Ney, como a voz divina de Ângela Maria em uma
apresentação com ele, seu tempo em Secos & Molhados, Nelson Gonçalves, Tom
Jobim, Caetano, Chico Buarque, Gilberto Gil e o melhor pra mim, o Cazuza que
apareceu até um pouco a mais, em vídeos caseiros.
O que mais me
fascina em Ney Matogrosso é exatamente sobre ele ser andrógeno, essa sua
loucura e sexualidade “Eu tinha desejo sexual pela a plateia. Eu queria trepar
com a plateia. Agora eu entro no palco e quero acariciar a plateia”. Ele
mesmo disse que quando colocou a máscara se descobriu, que quando colocava a
sua maquiagem um outro lado dele se manifestava.
Sou um homem, sou um bicho, sou uma mulher/ Sou a mesa e as cadeiras deste cabaré/ Sou o seu amor profundo, sou o seu lugar no mundo.
Por Isabella Jarrusso
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