A nova Malévola.

By Isabella Jarrusso - segunda-feira, junho 02, 2014



Contém spoilers.

Depois de tanta divulgações, finalmente estreou Malévola (2014) nos cinemas com a volta de Angelina Jolie nas telonas, com brilho e uma segura Jolie, que construiu sua personagem de um modo original.

Na infância de várias pessoas já devem ter lido, assistido ou apenas ter ouvido a clássica história dos contos de fadas, produzido pelo os estúdios Disney, A Bela Adormecida (1959). É aquela ingênua princesa chamada Aurora, que crescerá com uma maldição feita pela vilã da história Malévola, que aconteceria em seu 16° aniversário, onde ela espetaria o dedo em uma agulha e dormiria eternamente, até ser beijada pelo o amor verdadeiro.

Como está acontecendo com vários clássicos, estão sendo criados novas adaptações dos contos de fadas e chegou a vez de focar no lado da história de uma das mais temidas vilãs da Disney de todos os tempos, a Malévola.

O filme mostra a infância de Malévola como uma fada boa, com toda aquela pureza e inocência de qualquer criança e confesso que certamente achei estranho que Malévola fosse o nome verdadeiro dela, pois como significado não muito difícil de interpretar, seria algo como uma pessoa de má índole. A jovem fada respeitava todas as criaturas mágicas do reino dos Moors, onde ela vivia e protegia da inveja dos homens. Até que um dia ela conhece uma criança humana de nome Stefan, ela se apaixona  e os dois passam anos de suas juventude namorando, até que chega o momento que ela é traída por ele, pela sua ambição de deixar a vida camponesa para se tornar rei. Amargurada pelo o fim de seu relacionamento, promete se vingar do agora Rei Stefan. Isso a fez  se transformar de bondosa para uma fada temida e má.

A narrativa segue-se quando malévola descobre como se vingará, colocando a famosa maldição na filha recém-nascida de seu ex-amado, a princesa Aurora. Como na animação de 1959, Aurora vai morar com três fadas em uma cabana na floresta.

O que mais me intrigou foi o mal uso das personagens, tirou toda a importância delas,  fazendo-as serem de certa maneira tontas e incapazes de criar a criança, algo que foi feito só para ter algum tipo de ligação de Malévola que observava todo o crescimento de Aurora e cuidou da menina usando sua magia. Isso fez que nascesse um afeto  mãe e filha entre as duas. Quando Aurora vira uma jovem , a atriz responsável pelo papel é a talentosa Elle Fannig, mas por certas razões o seu talento não foi bem visto, seus inúmeros sorrisões e sem grandes momentos, chegava a cansar em assistir a garota.

O grande exagero de computação gráfica, mesmo que mostra um o lindo reino Moors, muitas das criaturas e as três fadas ficam sem expressões e bem falso, tirando isso é um bela fotografia, acompanhada de uma boa trilha sonora, mas um com uma péssimo roteiro.

Malévola nunca foi má, o filme mostra que ela apenas tenta, mas não consegue. Ela se arrepende de suas atitudes, tenta até tirar a tal maldição e mostra sentimentos capazes de ser ela a escolhida para salvar a Aurora, dando um beijo em sua testa que a fez acordar.

Creio que essa nova fase da Disney demostrará menos esses finais felizes do príncipe salvando a princesa, sendo de certa forma algo bom para sair do clichê, como no caso da animação “Frozen”, que se encaixou perfeitamente, onde demostra que o amor entre as irmãs salvou uma a outra. Mas para a construção da história sobre a vilã Malévola, creio que não foi a melhor escolha de final feliz. E que deixou muito a desejar por quem pensou em uma Jolie maléfica.



 Por Isabella Jarrusso - 02/06/2014

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2 comentários

  1. preciso dar cinco estrelas porque a malévola é a minha vilã favorita da disney. a bela adormecida é a minha princesa favorita, e o príncipe felipe, meu príncipe dos sonhos. eu achava que 'a bela e a fera' era a minha história predileta do estúdio, mas descobri algum tempo atrás que sempre foi 'a bela adormecida' mesmo

    apesar de que muitas pessoas possam criticar essa adaptação como fraca porque mostra malévola como a vilã e a mocinha da história, eu acho que foi super coerente com a proposta do desenho de 1959 e também creio que nada foi perdido nessa obra. o roteiro é simples, mas não deixa de ser forte. as cenas podem ser repetidas em alguns momentos, mas para reforçar uma ideia de que não podia ser feito um filme para adultos todo sombrio e obscuro. é, apesar de tudo, um filme para todos os públicos... um filme sobre o amor de mãe. apesar do nome dela ser malévola, na minha opinião não é 'culpa dela' que o nome reflita uma personalidade má. eu mesmo invento que foram os pais dela que deram, sem nem saber direito o significado desse nome ;p

    eu acho que é um filme que dá muitas possibilidades para o desfecho e a solução do problema da maldição com a adormecida, mas não consigo imaginar um final melhor para o 'beijo do amor verdadeiro' como foi contido no filme. apesar de que pode haver algumas alternativas, essa história fica mais coerente se quer contar um filme sobre 'malévola boa'. não é o que todo mundo queria porque afinal de contas, esperávamos que fosse um filme sobre uma vilã, mas fica bem claro que o verdadeiro vilão do filme é o preconceito e a covardia do rei stefan

    a angelina jolie tá incrível nesse papel, mesmo que eu saiba que na realidade ultimamente a gente vê a atriz sobreposta ao personagem, e não o contrário. é uma das minhas estrelas de hollywood favoritas e acho que não poderia ser feito o papel para mais ninguém. os efeitos são bonitos e não sei como está o 3d, mas acredito que é um filme digno de se apresentar à família e às gerações de quem tem seus vinte e tantos anos e cresceu assistindo aos clássicos animados da disney

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  2. eu até concordo sobre a elle fanning não ter refletido um personagem mais maduro e parecido com a do desenho animado, mas vamos lá: quase todas as princesas dos clássicos da disney realmente parecem mais adultas do que realmente são. aurora tinha apenas 16 anos quando tudo aquilo aconteceu, e acho que na época medieval faz mais sentido que ela seja mesmo bobinha e tabacuda

    eu achei uma pena as fadas não terem sido bem exploradas também, e as cenas em que a malévola está observando as três criarem a menina são meio bestas e repetitivas. queria ter visto um confronto maior entre as fadas e a 'bruxa do mal'. é uma pena; as atrizes que interpretaram as fadinhas são realmente boas e não foram bem utilizadas ali no roteiro. você acaba é perdendo o respeito pelas personagens que na verdade são as responsáveis pela culpa e remissão da história de 1959

    eu gostei do fato de terem transformado o príncipe felipe num personagem meio inútil... porque afinal de contas, o rapaz realmente não conhecia a menina e não tava seguro do que tava acontecendo de fato. mais uma vez: o moço tinha apenas poucos anos também e acho que a ideia do filme era realmente mudar esse 'único detalhe' de que a malévola é quem transporia o amor verdadeiro pela menina. acho que se ela inclusive tivesse se transformado em dragão não teria muito sentido ela sobreviver à batalha. a cena em que o príncipe felipe derrota a bruxa transformada com a espada encantada é épica, mas acho que não funciona no filme, quando na verdade a gente já tinha visto desde o começo que a verdadeira batalha deveria mesmo ser entre o rei stefan e a fada malévola

    também acho que o reino moors poderia ser mais carismático, apesar de lindo, e os efeitos especiais são bonitos, coisa de encher os olhos e atordoar a mente. pessoalmente, prefiro filmes mais realistas, mas vamos lá... o filme é feito para a nova geração

    acho que acabo tendo que dar o meu crédito para o filme justamente por ter sido um pouco diferente e mais profundo, mais instrutivo e educado do que o desenho. a gente pode tentar exercitar a prática de não comparar tanto uma coisa como a outra. afinal, os anos 1960 já se foram, e assim também foram os 1980, 1990, 2000... precisamos repaginar as adaptações para a nova geração!

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